A égua olhava a lagoa
com vontade de beber água.
A lagoa era tão larga
que a égua olhava e passava.
Bastava-lhe uma poça d’água,
ah! mas só daqui a algumas léguas.
E a égua andava agora às cegas
de olhos vagos nas terras vagas,
buscando água.
Grande mágoa!
Pois o orvalho é uma gota exígua
e as lagoas são muito largas.
Cecília Meireles