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A gansa de ouro

Há muito tempo, vivia numa floresta uma família de lenhadores.
O filho mais velho era esperto, mas muito orgulhoso. o mais novo, pelo contrário, era ingênuo e humilde.
Certo dia, os dois foram cortar lenha na floresta. Então, a mãe lhes preparou uma cesta com pães e frutas.
Chegando ao local, encontraram um mendigo faminto.
Pedro, o mais velho, afastou o mendigo dali sem lhe dar ao menos um pedaço de pão.
Pouco depois, ao cortar a primeira árvore, o machado, como que impelido por uma força misteriosa, feriu-lhe o braço e ele teve que voltar para casa sem terminar o trabalho.
Por sua vez, quando Tadeu se preparava para cortar a primeira árvore, o mesmo homem apareceu pedindo algo para comer.
- Não tenho muito a oferecer, mas almoce comigo. -disse o jovem, dividindo tudo o que tinha com o pobre homem.
No final da refeição, o mendigo falou:
-Sua bondade merece uma recompensa. Fique sabendo que eu sou o Mago dos Bosques. Sendo assim, preste atenção ao que lhe digo. Olhe este carvalho. Derrube-o e entre as raízes encontrará um presente meu.
Debaixo da árvore, Tadeu encontrou uma gansa de ouro.
No caminho de volta, o jovem acabou se perdendo e teve que parar numa hospedaria para passar a noite.
Sem pensar, disse ao hospedeiro:
-Quero um quarto seguro, pois tenho na sacola objeto de grande valor.
Essas palavras despertaram a curiosidade das filhas do hospedeiro que, durante a noite, tentaram roubar a sacola.
Porém, quando a mais velha agarrou a gansa, ficou grudada nela.
A irmã mais nova, foi ajudá-la e também ficou presa. A terceira irmã fez o mesmo e... ficaram todas grudadas!
Nisso, Tadeu acordou e riu-se vendo aquela cena. Pôs a sacola nos ombros e saiu arrastando atrás de sia as curiosas donzelas.
A poucos passos da hospedaria, encontraram o prefeito que, vendo aquilo, resmungou:
-Ora, essa! Não se envergonham de correr atrás de um moço?
Agarrou o braço de uma delas e ficou preso também.
Um comerciante, vendo-o naquela situação, segurou-o pelo paletó e foi arrastado pela força misteriosa.
Nessa fila engraçada entraram dois pastores, um cão e uma velha fofoqueira.
Todos formavam um ridículo cortejo a se sacurir e a pedir por socorro.
Quando passavam pelo castelo do rei, a princesa estava olhando tristemente pela janela.
Fazia dois anos que nem os mais famosos palhaços do reino conseguiam fazê-la sorrir:
O rei havia oferecido a princesa em casamento com prêmio para quem a fizesse rir.
Ao ver aquele grupo atrapalhado, a princesa não se conteve e caiu em demorada gargalhada.
Nesse momento, todos se desgrudaram. Estavam livres!
O rei, vendo a filha aplaudir o jovem que passava, permitiu que os dois se casassem.
Assim, o lenhador tornou-se príncipe e viveu feliz ao lado da esposa.

Adaptação: Selma Braido