Certo dia, na floresta, o sapo e o coelho se encontraram:
- Você não tem orelhas! – o coelho, todo agitado, riu do sapo.
O sapo ficou sem graça.
... Cadê minhas orelhas?
- Você não tem rabinho! – o coelho continuou zombando.
O sapo ficou ainda mais sem graça.
... Cadê meu rabinho?
- Você não tem pelo macio como o meu! – o coelho se exibiu, todo orgulhoso.
...Eu não tenho pelo macio!
- Você não salta como eu! – zombou o coelho, saltando sem parar,
- Salto, sim! – falou o sapo animado.
E fez um circulo em volta do coelho, saltando como somente um sapo sabe saltar.
O coelho ficou sem jeito.
O coelho, ânimo redobrado, apontou, abrindo o bocão:
- Você não tem dentes como eu!
O sapo, chateado, engoliu a seco.
... Cadê os meus dentes?
CABRUM!!! Começou a chover.
O coelho procurou uma toca, mas não encontrou. Ele ficou muito sem graça!
... Cadê minha toca?
O sapo conhecia um esconderijo! Com pena do coelho, tratou de mostrar a toca, para se protegerem da chuva.
- Puxa, você até que é legal! – elogiou o coelho.
O sapo, que era bem verde, ficou vermelho de vergonha. Mas bem que gostou do elogio do coelho.
No dia seguinte, logo cedo, o coelho chamou o sapo para brincar.
- Você não tem uma cenoura tão suculenta como a minha! – o coelho exclamou!
“Puxa! Vai começar tudo de novo!”, o sapo teve uma ideia para acabar aquilo de uma vez por todas. E respondeu:
- Não tenho mesmo, amigo coelho. Assim, vamos ter que dividir a tua cenoura daqui a pouco!
Mesmo não gostando de cenoura, fez uma careta toa esfomeada para o coelho, que ele nunca mais amolou o sapo!
Telma Guimarães