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Coitada da raposa




Sandra Ronca

A floresta foi convocada:
A raposa havia sido roubada!
A coruja muito esperta, disse que ia desvendar o mistério.
Com olhos graúdos tudo via.
E qualquer bicho perseguia.
- Ah, ah! Pistas!
Vejam só!
Este pêlo...
Só pode ser de camelo!
- Epa! Pera-aí!
Tem um leão bem aqui.
O pêlo não é dele. Leão não rima, então não combina!
- Veja uma grande marca de garra...
Uma aqui fez algazarra!
- Oh! Um pedaço de unha.
Unha bem afiada...
A loba acabou de ter uma ninhada.
- Falando em ninhada, ninho...
... Uma casca de ovo!
Vamos começar tudo de novo!
Falando sozinha, pra todo lado ela ia.
Cabeça abaixada;
Na asa, lente empunhada.
A bicharada calada observava.
A coruja que falava:
- Pêlo, garra, unha, casca...
- Algo está errado. Tem pista pra tudo que é lado!
- Afinal, Dona Raposa, qual foi o objeto roubado?
- Oh Dona Coruja, objeto não. Roubaram foi meu coração!
Os bichos se entreolharam.
- E as pistas espalhada pelo chão?
- Oh, a garra, a unha, o pêlo e a casca? São os restos de minha última refeição!